Riqueza, civilização e prosperidade nacional

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Lua China

Um recente artigo de Steven Pinker, ao qual voltarei oportunamente com apropriado intuito filosófico, punha a tónica certa na influência excessiva dos atuais meios de comunicação social nas nossas agendas presentes: ao fim e ao cabo, o jornalismo trata do que foi excessivo, anormal e impressiona. No ethos do jornalismo, o sucesso não é notícia, são relações públicas; com todas as inerentes consequências degradantes, designadamente o regresso ao auto-engrandecimento, ou ao oblívio público de quem resiste a selfies.

A competitividade das nações (outro conceito em natural fim de vida nas novas gerações, que não estão interessadas na destruição da Terra) justificará, porventura, o deslize científico-comunicacional da Nasa a propósito do atingimento de Ultima Thule no preciso início do ano novo. Muito desnecessário, já que o previsto e realizado alunar na face oculta da Lua neste mesmo início de ano, pela China, integra apenas uma mais, das previsivelmente muitas, novidades que sucederão no caminho da exploração lunar. Pessoalmente, teria preferido sublinhar que, passados cinquenta anos sobre Neil Armstrong, a China manda robots, e não seres humanos, para a Lua.

Tudo somado, há que saudar mais este sucesso da humanidade.

Luis Miguel Novais