Porque a natureza humana não muda. Porque a memória coletiva não existe. Porque somos quem somos, todos diferentes, todos seres humanos... Haveríamos de fazer alguma coisa para preservar a democracia.
Escrevo num momento em que, um pouco por todo o lado, parece que perdemos as estribeiras políticas. Arruaças, criancices, patifarias. O mundo não parece em bom estado. Parecemos perdidos no meio de uma floresta. E não podemos culpar outrem que não o ser humano. Nem podemos culpar a democracia, no sentido de respeito temporário pela regra de que, não sendo nós capazes de nos pormos de acordo por unanimidade, nos casos em que não podemos (infelizmente, os mais), respeitamos todos a regra da vontade da maioria. Transitoriamente. Até às próximas eleições. Até à próxima manifestação de vontades que forme uma maioria.
Pode parecer ingénuo, ou susceptível de maior reflexão, mas tenho observado que o problema da democracia atual está no transitoriamente: transitória não deveria ser a democracia; transitórios deveriam ser os políticos.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional