O Papa Francisco volta a trazer para a praça pública a questão da morte selectiva, por ocasião da catequese do enunciado do quinto mandamento: não matarás.
Mais do que por ser católico, também pela via racional sou contra o poder dos homens em relação à vida alheia, e não aceito excepções aos princípios - as regras comportam excepções, os princípios não. Pratico-o, e já tive ocasião de ser confrontado com extremos da vida alheia que respeitei. Como ontem disse o Papa Francisco, não se resolve um problema de vida matando. Ê uma questão que teremos de transportar novamente (as vezes que for preciso) para a sociedade civil: um corpo fragilizado, num nascituro, ou num idoso, ou seja como for, não pode ser tolhido de vida. Há problemas pessoais terríveis, mas não se resolvem matando o problema. Resolvem-se com respeito pela vida, mediante soluções civis alternativas conhecidas como a adopção, a discriminação positiva, ou os diversos modos de tutela de menores ou maiores.
Num momento em que os amplificadores sociais se concentram nos problemas materiais, é bom ver a Igreja centrada.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional