Tenho uma boa relação com as holandesas, mas nunca gostei de socas. O que não tenho a certeza se o atual presidente do Eurogrupo considera culturalmente irrelevante, ou até porventura insultuoso, em face das suas declarações recentes sobre estes cá do sul terem gasto o dinheiro todo em “p**** e vinho verde”, como se diz no meu Minho natal.
Lá em casa, conta-se que a Tia Otília um dia também saiu das socas com um alemão que, quando soube que era portuguesa, lhe comentou que apreciava muito a criada portuguesa que lá tinha emigrada na casa dele, na Alemanha: diz-se que ela lhe disse que também gostava muito do pastor alemão que tinha lá em casa, em Portugal. 
E viva a Europa das diferenças culturais, sem as quais nem sequer é Europa. Como sou, por via de nacionalidade, um daqueles portugueses afogados em eurodívidas, pergunto-me é, perante as eurodúvidas holandesas e alemãs, consumo já feito, mesa feita, companhia desfeita… afinal quem paga a conta?
Luis Miguel Novais
Total:
Riqueza, civilização e prosperidade nacional
 
