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Riqueza, civilização e prosperidade nacional

domingo, 12 de março de 2017

Inteligência Artificial

Ainda hoje de madrugada contava em amena cavaqueira a uns amigos como era, há 27 anos, a Inteligência Artificial, quando estive em Florença, Itália, a fazer investigação nessa área, no Centro Nacional de Investigação científica italiano (CNR). E como a Internet tinha degenerado até à porcaria em que se encontra mergulhada hoje, que se encontra sem rei nem roque outro que não seja o marketing pseudo-inteligente que, se não pretende, passa muito bem por pretender fazer de nós burros, em nome de uma pseudo-inteligência-artificial.

No CNR, em 1990, como noutros centros espalhados pelo mundo, observávamos e investigávamos maravilhados o potencial da Internet para substituição dos sistemas de correios em papel e tinta; o que veio a suceder, com o correio eletrónico. Então, acabava de ser inventado, hoje já nem se fala dele, usa-se quotidianamente. Observávamos e investigávamos então, também maravilhados, como os sistemas de hipertexto viriam a funcionar enquanto enormes bibliotecas difusoras de saber interconexionado; na altura, não existia o Google, mas já existia o Yahoo e outros motores de busca, e era já espectacular, mesmo que ainda sem a brutal informação que hoje se pode obter nessa extensão portal do nosso cérebro que são os aparelhos electrónicos nas nossas mãos. Um terceiro aspecto da Inteligência Artificial que nos ocupava então, eram os robôs, os sistemas periciais a quem, uma vez fornecida uma base de conhecimento e um apropriado motor de inferências, se poderia desejar obter alguma lógica racional, algum lampejo de Inteligência Artificial. Com as máquinas fraquinhas de então, e as bases escassas de conhecimento digitalizado, isso não era possível. Mas para lá caminhamos, hoje, a passos larguíssimos.

Acabo de ouvir na rádio que hoje se celebra um qualquer aniversário da Internet e um dos seus pais fundadores, Vint Cerf, veio dizer (no seu fuso horário americano) o mesmo que eu narrava aos meus amigos de madrugada, em GMT, sobre a perigosa orwelliana porcaria em que se encontra mergulhada a Internet do Marketing de hoje. Fico feliz por não estar sozinho. Não é nenhuma paranoia. É uma grande batalha pela sanidade humana, contra os vendilhões no templo e do templo, aquela que se aproxima.

Luis Miguel Novais