No ano de todas as eleições que contam, na Alemanha e na França, se decidirá o futuro da União Europeia, esse porta-aviões em construção que nunca mais sai da doca seca.
A reacção fortemente negativa dos países de leste à proposta alemã de uma Europa em cremalheira de velocidades apenas poderá significar três coisas: ou mais do mesmo, ou federalismo, ou desmembramento (com a Rússia a espreitar pelo buraco da fechadura). Não deixará, porém, de ficar para a História o falhanço do alargamento a Leste, querido e impulsionado pela Alemanha. Mas mais: com uma França e Itália tão dóceis, um Reino Unido de saída, e uma Espanha promovida à mesa dos grandes, o verdadeiro falhanço da Alemanha é a sua incapacidade para, num momento tão oportuno, não impor o federalismo à alemã, lançando finalmente ao mar o porta-aviões crismado como Estados Unidos da Europa. Definitivamente, Merkel não é Bismarck, nem Kohl.
Vivemos a oportunidade perdida de unificação europeia, por culpa alemã.
Luis Miguel Novais
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Riqueza, civilização e prosperidade nacional
