Riqueza, civilização e prosperidade nacional

segunda-feira, 26 de junho de 2023

15 anos depois

Faz hoje 15 anos de idade, este Portugal Adormecido!

Começou por ser um bloco de apontamentos público para um livro. Isso foi no tempo em que um blogue era um sucedâneo de um livro. Ou de um jornal. Ou do que fosse... em papel. Era o ano, já longínquo, de 2008. Já havia telemóveis nos bolsos, mas as publicações digitais ainda não eram a regra. Entretanto... para quê um livro? Já há muito ultrapassámos os cem mil leitores, nas mais de oitocentas páginas que compõem este Portugal Adormecido digital.

Sobre o modo, estamos conversados: já na altura compreendi que para aqui vínhamos. Que meio melhor do que um blogue sediado na América (no Blogger da Google, Inc.), para um escritor de não ficção literária comunicar livremente consigo, que se interessa por Política, Direito, História, Economia, Finanças, Sociologia, ...Portugal!...

De resto, já Tocqueville, no seu Democracia na América, exaltava a circunstância de nesse país farol da democracia contemporânea ser surpreendente, até para um francês letrado do século XIX, não se centralizar ou controlar os meios de comunicação social - comme par hazard, o socialismo maçónico autoritário deste Portugal adormecido havia instituído uma Entidade Reguladora para a Comunicação Social, no péssimo regime "socrático", corria o ano de 2005.

A pergunta inicial, de 26 de junho de 2008, foi: Há ou não há recursos bastantes? Uma interrogação vital, em que acompanho Oliveira Martins no seu Portugal Contemporâneo. Inserindo o Portugal Adormecido numa linha de literatura não ficcional portuguesa em que cabe, também por exemplo, o Portugal Amordaçado de Mário Soares.

No centenário do Portugal Contemporâneo, um autor insuspeito de socialismo, Jorge Braga de Macedo, escreveu: "A solução que está por detrás da interpretação de Oliveira Martins é a intervenção de um poder pessoal inteligente e justo que exerceria o poder moderador com firmeza e lucidez" (in Futuro Presente, 1981).

A propósito do ainda tão actual diagnóstico de Oliveira Martins, de 1881: "Também os médicos, por via de regra, escondem às famílias a gravidade das doenças: umas vezes não as percebem, outras convém-lhes mentir, para não assustar! Assim estão as classes que nos governam; e até hoje, força é dizer que o povo não descobriu ainda meio de se libertar delas. Nem descobriu o meio, nem demonstrou a vontade. Dorme e sonha? Ser-lhe-á dado acordar ainda a tempo?".

Parabéns a você!... 15 anos depois, vamos lá!

Luis Miguel Novais

info@novais.pt