Riqueza, civilização e prosperidade nacional

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Véspera

Propositadamente, escrevo a poucas horas de 24 de agosto. Véspera da comemoração da Revolução do Porto de 1820. Aquela que teve como propósito repor-nos no bom caminho de que se tinham desviado os poderes públicos neste Portugal adormecido. Aquela que teve como bom produto dotar-nos de uma Constituição, que veio a ser aprovada em 23 de setembro de 1822 (ver aqui o que sobre esta nos diz a página atual do parlamento, caveat emptor); e depois outras, até à nossa atual Constituição de 1976, que ainda hoje merece o meu total respeito.

Escrevo de véspera, com o sentimento literário de antecipação (sem angústia). Será como viajar num túnel, vendo ao fundo a luz. Retrospectivamente, isto é. Porque de véspera não teriam sabido, aqueles que a vieram a fazer, que a revolução iria dar o bom fruto de uma Constituição. Nem, muito menos (penso eu, agora) aos daninhos frutos de uma guerra civil entre "corcundas" e "manetas". Todos nossos antepassados, pessoas como nós, em guerra civil.

Sem uma Constituição respeitada por todos, estamos perdidos. Em guerra. Todos. Véspera.

Luis Miguel Novais