Acabo de constatar que o servidor do Tribunal de Justiça da União Europeia está indisponível, com uma mensagem em russo a dizê-lo (não sei russo, mas por curiosidade meti num bot os caracteres cirílicos que assustadoramente surgem na página de entrada e foi isso que deu). Tentativas de entrar no site pelos motores de busca remetem para uma página que também diz isso (em russo e várias outras línguas).
Se dúvidas tinha, estou agora convencido de que o novo Putin:
- não limitará as suas lamentáveis acções à Ucrânia, que invadiu como traidor e já causou mortes civis, crimes de guerra; até a instituição que na União Europeia é a casa do Direito não lhe merece respeito;
- desrespeita de modo grosseiro o sistema de direito internacional a que se submeteu até aqui, designadamente mantendo em causa própria a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas em violação das regras de procedimento anteriormente adoptadas pelas Nações até aqui Unidas, como bem assinalou ontem o embaixador da Ucrânia;
- ficará para a História como um novo Hitler.
Felizmente, como podemos constatar pelo que vai sucedendo na Ucrânia, as forças militares de Putin são, afinal, um lento gigante com muitos pés de barro: não vão poder conquistar pessoas que vivem em metrópoles. Que é o modo de vida na Europa de hoje. Pode conquistar-nos computadores, mas não vai poder conquistar-nos a nós. Como ele próprio também acaba de aprender em Kyiv. Tal como o General Inverno derrotou Napoleão e Hitler na Rússia, o nosso General Metrópole derrota-o na Europa. Como, de resto, já sucedeu com Átila. O que nos retira o medo deste novo Putin.
Luis Miguel Novais