Riqueza, civilização e prosperidade nacional

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Memoria

Tenho andado a ler "Emotional - The New Thinking About Feelings", de Leonard Mlodinow" (Penguin, 2022), muito interessante compilação sobre a extraordinária evolução das ciências cognitivas nos últimos vinte anos. Os mesmos loucos anos que temos vivido neste início de novo milénio, ainda nos escombros das Torres Gémeas e do Lehman Brothers. Naquele que parece ser, hoje, o renascer de uma nova/velha guerra nesta nossa nave especial. De consequências ainda, naturalmente, desconhecidas.

Curiosamente, ou não, a indústria seguradora discute nos tribunais americanos se estas coisas a que temos estado a assistir (do género ciber-ataques), são ou não, juridicamente, guerra: se são, não pagam; se não são, terão de pagar as coberturas dos respectivos contratos sobre os danos. Todo um mundo subterrâneo de dinheiro a partir de falhas de computador.

Nada de comparável com o sucedido ontem, relativamente ao qual não existem dúvidas: contrariamente ao desejável, a Rússia invadiu fisicamente parte do território da Ucrânia. Embora se possa e deva agora debater e julgar a questão juridicamente (sobre se tem justificação de direito internacional, como reclama a Rússia), o facto subsiste. E é de lamentar.

Parte da evolução espectacular das ciências cognitivas nos últimos 20 anos (às quais desejavelmente voltarei ao longo da minha lenta e saboreada leitura de Emotional), vem também retratada no brilhante filme  Memoria (de 2021, aqui). Uma "Bang Story" muito mais interessante do que a do Sr. Putin.

Luis Miguel Novais