Riqueza, civilização e prosperidade nacional

sábado, 27 de novembro de 2021

Selvagens

Esta semana perdemos para a vida terrena António Serra Lopes, uma alma brilhante que tinha tudo menos ser um selvagem. Meu colega de profissão como advogado, tive o privilégio de com ele conviver e disfrutar do seu humor fino e observação sagaz. Com ele aprendi uma grande verdade sobre o dinheiro que, segundo ele me disse e muitas vezes repito: "ou está onde tem de estar, ou já vem a caminho".

Selvagens é o título de uma série televisiva francesa (porque além da língua, profissionais e paisagens, não podia ser de mais país nenhum), que trabalha a futopia de ver um "pied-noir" (alusão deprimente utilizada por alguns franceses para designar os seus cidadãos de origem argelina) eleito presidente da república e imediatamente abatido a tiro... por um miúdo pianista de ascedência argelina. Passa na RTP e é altamente recomendável.

Também esta semana, no Financial Times, o colunista Tim Harford sintetizava assim o atual momento político: "sistemas políticos polarisados dão cobertura aos corruptos, aos incompetentes e aos incapazes para os altos cargos; em ambos os lados" (in "What parking tickets tell us about political corruption").

Como diz outro amigo meu, que comunga da precisão lapidar dos mencionados: "na política, nem todos são medíocres; mas os medíocres estão lá todos".

Luis Miguel Novais