Durante a recente campanha eleitoral para as eleições na Alemanha ficou célebre uma gargalhada do fundador da Tesla à pergunta de um dos candidatos a sucessor de Merkel: se o futuro seriam os automóveis eléctricos ou a hidrogénio? Um artigo de fundo da The Economist desta semana (aqui) sobre a futura economia do hidrogénio convenceu-me de que a dúvida é legítima. Provavelmente, o erro são os carros eléctricos.
Há uns anos, mais precisamente entre 2003 e 2006, cicularam no meu Porto de Portugal autocarros de transporte colectivo movidos a hidrogénio - só ficou o brilhante slogan que conservo no título. Dizem-me que ainda (já) circulam alguns mais em Cascais, além de outras cidades pelo mundo - a Wikipedia de língua portuguesa (versão brasileira, cada vez mais dominante, por negligência do Governo de Portugal) até já tem uma página: Ônibus movido a hidrogênio (aqui). O génio é muito capaz, entretanto, de ter saído da lamparina: o que sai pelo escape dos motores dos autocarros e demais automóveis movidos a hidrogénio é... água.
Assim sendo, sabendo nós que as baterias eléctricas (pelo menos, para já) são caras, não recicláveis, de vida curta, propiciadoras de pouca autonomia e dependentes da rede eléctrica para reabastecer, ganha sentido a utilização do hidrogénio como combustível fóssil, sucedâneo da gasolina, do gasóleo e dos outros gases que movem veículos livremente mas poluem pesadamente. Afinal, o pateta não era o alemão.
Luis Miguel Novais