Riqueza, civilização e prosperidade nacional

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

O Irão, outra vez

Quando era miúdo, as amigas de chá da mãe diziam que eu era parecido com o Xá da Pérsia. Achava piada ao trocadilho e acabei por me interessar pela triste história da deposição deste, e sua elegante mulher, por uns senhores de preto com nomes esquisitos que começavam por ai a tola. Era 1979, e pela televisão a preto e branco assistíamos chocados a uma revolução de base nacionalista e religiosa que tomou a embaixada dos Estados Unidos da América, da qual resultou a actual República Islâmica do Irão, sem Xá da Pérsia.

O Irão é um grande e poderoso país (devido às suas reservas de petróleo e gás), de base nacionalista (orgulhoso e sobranceiro pela antiguidade das suas raízes culturais persas), onde não vigora a separação, hoje comum no ocidente, entre Estado e religião. A sua invasão do Iraque, e subsequente guerra, provocou a convulsão mundial de múltiplas facetas que ainda hoje ecoa a partir dos países do oriente médio. A sua cruzada religiosa pela expansão do fundamentalismo islâmico, natural para eles, tem vindo a sustentar os horrores que todos conhecemos e tememos, aqueles de nós que não queremos ser muçulmanos à força.

Na segunda-feira passada, o Irão lançou um míssil balístico nuclear de teste.

Luis Miguel Novais