Riqueza, civilização e prosperidade nacional

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Meu fidalgo do meu coração

A expressão é genuinamente portuguesa, infelizmente em desuso. Não pára de me ribombar no cérebro desde que se nos partiu, este sábado passado, o meu sogro, a quem chamava pai.

Luis Ribeiro da Conceição Quaresma, meu sogro, era um daqueles fidalgos da Beira, mais do que nobre pelo carácter. Viveu e morreu em Lamego, coração deste Portugal adormecido desde as Cortes de Almacave de D. Afonso Henriques (que alguns, bem sei, pretendem não terem existido, ou preferiam que ali não tivessem ocorrido). Do grande e belo coração do meu sogro diziam as vozes que nos foram chegando durante o velório que “era a encarnação da gentileza em pessoa”, ou mais simplesmente um “homem bom” - na falta na nossa língua de uma outra tradução da galanteria correspondente a um “gentiluomo”, que ainda os vai havendo em Portugal.

Adeus, meu fidalgo do meu coração.

Luis Miguel Novais