Riqueza, civilização e prosperidade nacional

sábado, 10 de setembro de 2016

O Juiz que fala

Na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos da América é vulgar os juízes serem conhecidos pelos nomes. Aqui, neste Portugal adormecido, são mais conhecidos pelos nomes os bois do que os juízes.

Existem algumas ovelhas brancas, porém. Um deles é o Juiz de Direito Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal. Este tribunal é uma aberração, o Juiz não. Não o conheço pessoalmente, nunca nos cruzámos em Tribunal, mas em entrevista que foi difundida pelo Jornal da Noite da televisão SIC afirma, por suas próprias palavras, as clássicas do Direito: viver honestamente, não prejudicar ninguém, atribuir a cada um o que lhe pertence. Faz turnos aos sábados e não faz férias, como eu. Diz que ganha mal, como dizemos todos. E diz que não tem medo, que faz o que gosta e que também se arrepende, o que também sabe bem. As suas decisões erradas hão de ser revogadas pelos tribunais superiores. Ou não, quando são justas.

Costumo dizer que neste Portugal adormecido confundimos frequentemente Ética com Estética. Não me identifico com a Estética do Juiz de Direito Carlos Alexandre, mas identifico-me com a sua Ética.

Luis Miguel Novais