A aprovação pelo parlamento deste Portugal adormecido das modificações introduzidas à chamada lei das barrigas de aluguer, que eram necessárias para obter a promulgação da lei pelo Presidente da República, introduzem uma alteração essencial no nosso sistema jurídico: até aqui, segundo o Direito, os filhos eram da mãe que os pariu. A partir desta lei, não necessariamente.
A Assembleia da República deste final de julho do ano de 2016 fica para a História como a introdutora desta extraordinária novidade que é a dita "gestação de substituição", não apenas contrária à natureza, também muito contrária ao mais elementar bom senso. E nem se diga que não havia alternativa, pois assim se ofendem gravemente os muitos beneficiados com os regimes de adopção.
Fico com a suspeição de que a maioria dos deputados que aprovou esta lei afinal não são republicanos, são monárquicos: dão mais importância ao sangue do que ao amor.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional