Não conheço pessoalmente o jogador de futebol Cristiano Ronaldo. A única vez que nos cruzámos (parece uma anedota) foi numa passadeira de Madrid, há uns meses, de noite, quando fulminei com o olhar o condutor de um Porsche Panamera branco que acabara de estacionar na passadeira que eu me propunha atravessar a pé: dentro do carro uma cara de miúdo envergonhado, metido num boné, acompanhada de um sinal de desculpas e a consequente troca de sorrisos mostrou-me Cristiano Ronaldo longe dos holofotes.
Hoje, acompanhado por uns bons milhões de pessoas, observei com admiração, pelo ecrã de televisão, o extraordinário atleta e ser humano Cristiano Ronaldo, e novamente me veio à imagem essa cara tão portuguesa de miúdo ladino que age provocado, transcendendo-se na sua profissão, para felicidade deste Portugal adormecido.
Faz-nos falta seleccionar Cristianos Ronaldos, em lugar de exportá-los.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional