Este Portugal adormecido contemporâneo não tem muitas afinidades com o Portugal normal reclamado pelo Senhor Presidente da República, na minha visão:
- a agregação de freguesias teve por objectivo a diminuição da despesa pública?
- o corte de subsídios e pensões tem por objectivo a diminuição de despesa pública, sem deixar desprotegidos os que necessitam de protecção social?
- a reforma da Administração Pública vai no sentido de assegurar a prestação estrita de serviço público, com erradicação de capelas e capelinhas?
Não me parece. Para a normalidade falta-nos muito para andar, entre estas e outras coisas. É que o Portugal normal há-de utilizar a cobrança de receita pública para assegurar a justiça do caso concreto para os ricos, o assegurar de condições de humanidade para os pobres, e uma sociedade normal, pacífica e tranquila para a classe média, a grande maioria de nós, que merecemos o devido respeito pelas justiças distributiva e punitiva, sem que o Estado nos sobrecarregue com taxas e impostos excessivos e confiscatórios. Não sou adepto de revoluções, mas satisfazem-me as aproximações ao Portugal normal que resultam de sufrágios eleitorais, como o de domingo passado.
Luis Miguel Novais
