As eleições autárquicas de ontem saldam-se pela afirmação da consolidação da democracia. Em paz e sossego. Nela cabendo todos, mesmo independentes de partidos, e destes para todos os gostos. Como é desejável num país civilizado. Como é este nosso Portugal adormecido.
Nunca há eleições a mais. Há as necessárias. Não que quanto mais melhor. Mas quanto menos pior. E votar ou não votar fica à escolha de cada um. No insondável e certamente errado caderno eleitoral de ontem cabiam 9.278.643 portugueses eleitores (há uns meses, nas Legislativas, 10.850.215). Votaram 5.500.337. Quase 60% dos inscritos. A maioria.
As coligações de centro para a direita, lideradas pelo PPD/PSD, foram as vencedoras, em toda a linha (votos, autarquias, Lisboa, Porto, etc. Uma grande vitória, prenhe de consequências para o Governo, consolidado). Tendo o centro para a esquerda protagonizado pelo PS recuperado ligeiramente (de 1.442.194 de votos em maio para 1.572.695 agora; uma ligeira diferença que soube a tábua de salvação). Quem perde muitos votos, no cômputo geral nacional, é o Chega: de 1.437.881 em maio para 654.001 agora.
A Democracia (com letra grande) veio para ficar. Ainda bem.
Luis Miguel Novais
