Acabei, ontem, de ver o documentário em formato de série colorida na Netflix sobre o estadista Winston Churchill (1874-1965), com imagens reais e ficcionadas, que recomendo como ilustração de um período recente que já não está na nossa (vaga) memória coletiva: Churchill at war (2024), atravessa a sua vida desde a participação na I Guerra Mundial, à participação na II Guerra Mundial, à derrota eleitoral e à vitória eleitoral final.
Convém recordar que Salazar se apoiou nele, invocando a Velha Aliança (que já vem desde o tempo do rei Dom Fernando de Portugal, século XIV), para evitar deixar cair este Portugal adormecido nas garras de Franco ou Hitler na II Guerra Mundial. Embora a questão ibérica tenha passado totalmente ao lado do documentário. Designadamente a questão das bases inglesa e americana nos Açores.
Fala-se na amarga certeza que Churchill, a dado momento, engoliu: era o fim do império britânico (em troca do apoio da América e da Rússia). Omite-se que Salazar logrou manter intacto o império português - embora depois se tenha deixado envolver noutra guerra, a colonial, que acabou a derrubar o Estado Novo.
A certa altura de Churchill at war, descobrimos que o publicista Churchill se inspirou (embora tal não venha declarado) no também genial seu contemporâneo nosso Fernando Pessoa (1888-1935): "Não o prazer, não a glória, não o poder: a liberdade, unicamente a liberdade".
Luis Miguel Novais