Agora que o Papa Francisco "adormeceu no Senhor" (para citar as suas próprias belas palavras a outro propósito), cabe à Igreja escolher novo Papa. O nosso Papa. Claro que acreditamos que se trata de uma escolha inspirada no Espírito Santo. Mas não deixa de estar, ao menos formalmente, nas mãos da Assembleia (que é o que quer dizer Igreja), que somos todos nós, os mais de mil e trezentos milhões de baptizados que habitamos esta nossa nave especial que, todos os anos, dá uma volta ao Sol.
Sendo, no dia de hoje, o Vaticano um Estado (observador na Organização das Nações Unidas), tem um chefe de Estado (o Papa) e ministros (os cardeais). Trata-se de uma Aristocracia (na velha divisão de Aristóteles). De facto, mais do que de direito. Se cada um de nós poderia ser Papa, na realidade os ministros do Vaticano escolhem um de entre eles para nos chefiar. Por conseguinte, eu não voto. Mas posso (devo, segundo o Espírito Santo) ter um candidato a Papa. E tenho.
Na carta que há pouco citei, do Papa Francisco, datada de 11 de julho de 2024, quem "adormeceu no Senhor" há 700 anos foi Santo Tomás de Aquino. Nessa mesma carta, em que recorda a "imensa sabedoria espiritual e humana" do "Doutor Angelicus", o Papa Francisco nomeia o prefeito do "Dicastério para as Causas dos Santos", cardeal Marcello Semeraro. O meu candidato a Papa Tomás.
Luis Miguel Novais