Curioso o nobre povo deste Portugal adormecido em que até a passagem de um meteorito baixo nos nossos céus, corrido de Badajoz a Braga, e que iluminou tudo de verde como uma aurora boreal dessas do Ártico (sou testemunha, vi com os meus próprios olhos), nos deixa indiferentes. Nem um pensamento, fosse no dia seguinte. Talvez sobre o efémero. Frágeis que afinal estamos em cada momento (caramba, bastava ter caído e haveria de ter aberto cá uma cratera). Nada. Já passou. Somos os maiores.
Na política (baixa), o demitido primeiro-ministro por suspeitas do Ministério Público, aproveitadas para a intentona da irmandade despótica, foi afinal ouvido na qualidade de testemunha. António Costa, o Master Spinner, hoje ouvido, afinal não foi constituído arguido. O que quer dizer que, já então (conforme resulta do agora), não havia suspeitas fundadas.
Consequências? As mesmas do meteorito.
Luis Miguel Novais