Riqueza, civilização e prosperidade nacional

sexta-feira, 1 de março de 2019

Nuno de Santa Maria

Mão amiga fez-me chegar a sua curiosidade em saber porque considero o "Nuno fero" de Camões, Nuno Álvares Pereira, um vilão, no mau sentido (Aqui).

Louvo-me, por todos, no acto crucial desencadeador da guerra civil de 1383-1385: a tomada do castelo de Lisboa em dezembro de 1383. Um acto de guerra civil tantas vezes esquecido (quantas por conveniência dos propagandistas e dos historiadores que esqueceram a lição de Herodoto), comandado pelo guerreiro Nuno. Segundo a narrativa de Fernão Lopes, Nuno não está com meias medidas: ou os defensores do castelo pela legítima rainha de Portugal lhe entregam o mesmo, ou ... põe as suas mulheres e filhos numa catapulta, um a um, e catapulta-os para dentro do castelo, matando-os. Claro que os portugueses de dentro entregaram o castelo de Lisboa.

Parece-me suficiente para não confundirmos as coisas: santo é o Nuno que, no fim da vida, arrependido, se retirou no Carmo e adotou o nome frei Nuno de Santa Maria, e uma vida de misericórdia. Fero vilão era Nuno Álvares Pereira.

Luis Miguel Novais