Os juizes deste Portugal adormecido iniciaram, hoje, uma daquelas greves parciais de funcionário público que nos surpreendem em cada curva, por intermitentes, espalhadas no tempo, neste caso, pasme-se, a desfilar indicativamente até ao ano que vem, por aqui e por ali. Com todos os inconvenientes que daí decorrem, para todos.
Estiveram mal o senhor primeiro-ministro e o líder daquele que já foi o meu partido, outrora chamado líder da oposição. Acabadas as suas respetivas declarações aos órgãos de comunicação social, clamando contra a greve dos juízes porque são, todos, órgãos de soberania, o senhor primeiro-ministro e o senhor ex-líder da oposição (leia-se, parlamentar, embora não lhe caiba), entraram no seu pópó respetivo, pelo qual não são tributados, porque vem considerado, mais o motorista respetivo, "de função". Coisa que, como é sabido, não corresponde aos demais "órgãos", como os pobres dos juízes quando reivindicam melhores condições remuneratórias e uma revisão do estatuto - que haveria de ser, digo eu, constitucional e não negociável fora desse âmbito.
Esteve melhor a senhora ministra da justiça, ao clamar pela devida proporcionalidade.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional