O dia de ontem trouxe-me dois enigmas em língua portuguesa: o presidente de Angola falou de marimbondos, e um escritor brasileiro convidou-me para o lançamento do seu livro sobre Monges Guerreiros de Goyos.
Hoje, ainda com tais novos sons a ribombar pelo meu cérebro, não resisti: abri o nosso mais velhinho dicionário (descontando os vocabulários), e lá pedi ao Morais (como é sabido, natural do Rio de Janeiro) que me explicasse o significado dessas palavras em língua portuguesa. Na edição do Diccionario da Lingua Portugueza que tenho em casa, que é a de 1891 para o segundo volume, nada. Nem marimbondo, nem goyos. Há marimba, marimbão, marimbar, mas não há marimbondos. Há goiar, goiti, goiva, mas goyos não. Neologismos, portanto. Parece que da natureza das vespas, o primeiro (das da corrupção, segundo aludiu o presidente angolano); e um toponímico o segundo - salvo erro, e ainda mantenho a curiosidade (que há de ser desfeita pelo referido autor brasileiro Durval de Noronha Goyos Jr., que faz o favor de ser meu amigo), referente à aldeia minhota de Goios, ao lado da Silveiros natal de meu falecido pai.
A lingua portugueza, ou portuguesa, além de muitas grafias, no tempo e no espaço, é um tesouro que não pára de maravilhar.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional