Acordámos hoje todos com uma notícia de guerra. Dantes, as notícias de guerra começavam com uma declaração formal. Mas isso eram outros tempos. Hoje, as guerras começam com um ataque. Neste caso de mísseis, lançados de navios para terra, de território militar dos Estados Unidos da América (os navios são território, segundo o Direito Internacional) para a Síria, dirigidos a uma base militar deste país soberano. Há guerra, portanto, entre os EUA e a Síria (se é que não havia já).
Claro que a Síria está em guerra civil há já demasiados anos. E claro que isso tem vindo a criar correntes de ar por todo o lado: desde a vaga de refugiados que atingiu a Europa, sobretudo a Alemanha, até ao abastecimento em petróleo das forças terroristas do autodenominado Estado Islâmico que tem vindo, assim, a financiar-se e conseguir espalhar o seu terrorismo por toda a parte. Claro que ataques com armas químicas são estúpidos e desumanos (como desumana é toda a guerra), e até proibidos por tratados internacionais daqueles velhinhos, do tempo em que a guerra se declarava formalmente (e assim se oferecia uma última tentativa de paz).
O nosso Governo é que ainda não esclareceu (certamente devido ao desuso das declarações formais): como aliado dos EUA na NATO, este Portugal adormecido também está nesta guerra dos EUA contra a Síria?
Luis Miguel Novais
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Riqueza, civilização e prosperidade nacional
