Passos perdidos porque, na realidade, a actual direcção do PSD, dirigida por Pedro Passos Coelho, continua a perder votos. Nem sequer recuperou os que obteve em 2011, como seria normal se porventura tivesse governado bem.
São os resultados oficiais a esta hora (com todas as freguesias apuradas, faltando apurar o voto expresso nos consulados), constam na página oficial de resultados do Ministério da Administração Interna:
- ao contrário do que foi anunciado publicamente, certamente por lapso, a abstenção subiu 181.172 eleitores, de 2011 para 2015, portanto não desceu;
- ao contrário do que seria expectável (digo eu), o Partido Socialista não capturou o descontentamento da totalidade do voto moderado contra os radicalismos de Pedro Passos Coelho e companhia: o Partido Socialista subiu apenas 182.050 votantes de 2011 para 2015;
- as sondagens "enganaram-se" com o nosso syriza, o Bloco de Esquerda: subiu 260.897 votantes de 2011 para 2015.
Curiosamente (ou não), a soma dos anteriores resultados corresponde (grosso modo) aos votos perdidos pela coligação liderada por Pedro Passos Coelho de 2011 para 2015:
- Votantes PSD + CDS em 2011 = 2.798.487
- Votantes PSD + CDS em 2015 = 2.071.376
- Votantes perdidos pelo PSD + CDS de 2011 para 2015 = 727.101
- Soma dos aumento das abstenções, mais aumento PS, mais aumento BE = 624.119
Concluo que não estou sozinho na minha rejeição desta direcção do PSD e do Governo, que traduzi num voto de sentido divergente ao de 2011.
Bem pelo contrário, afinal estou muito acompanhado, num enorme grupo de 727.101 eleitores de Passos perdidos, que corresponderia ao terceiro partido mais votado de 2015 (o Bloco de Esquerda obteve 549.183 votos).
O terceiro partido mais votado ontem não foi o nosso syriza (Bloco de Esquerda). Foi o dos votos perdidos por Pedro Passos Coelho desde 2011: 727.101. Dá que pensar que faz falta neste Portugal adormecido um Bloco de Centro, e que não virá de alianças PSD/PS, com as direcções actuais.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional