O Instituto Nacional de Estatística (INE) trata daquilo que o Marquês de Pombal chamava a "aritmética política", expressão auto-explicativa.
Em comunicado de 23.9.2015, ao abrigo das suas obrigações resultantes do Regulamento do Conselho da União Europeia 473/2009, o INE elucida-nos sobre a "aritmética política" das contas públicas deste Governo agora submetido a exame eleitoral:
- Défice Público (uma vez que a expressão Superavit anda arredada da contabilidade pública deste Portugal adormecido há longos anos), de 2011 a 2014. Neste anos o endividamento do Estado para fazer face ao pagamento de Défice Público não diminuiu, infelizmente. Correspondeu a um endividamento adicional pelo Estado de 13.006 milhões de euros em 2011 (contas finalizadas segundo o INE). Mais 9.529 milhões de euros em 2012 (contas finalizadas segundo o INE). Mais 8.245 milhões de euros em 2013 (contas finalizadas segundo o INE). Mais 12.446 milhões de euros em 2014 (contas semi-finalizadas segundo o INE).
- Dívida Pública. Como está bom de concluir (a partir do endividamento precedente) não diminuiu, aumentou. O seu valor estava em 196.231 milhões de euros no final do ano de 2011, subiu para 212.534 milhões de euros no final de 2012, subiu ainda mais para 219.649 milhões de euros no final de 2013, e subiu ainda mais para 225.726 milhões de euros no final de 2014. Sempre segundo o relatório do INE de 23.9.2015, onde indica contas finalizadas relativamente a 2011 a 2013 e semi-finalizadas relativamente ao ano de 2014.
A frieza dos números da "aritmética política" indica, por conseguinte, que o endividamento do Estado (em benefício de quem empresta, bem entendido, já que Portugal paga sempre as suas dívidas e com juros), aumentou todos os anos desde 2011. Não estancou, nem sequer diminuiu, aumentou. Devemos mais, ponto.
Os números, bem sei, são o que são. Mas é para isso que eles lá estão?
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional