No momento em que escrevo o país continua perplexo pela detenção, na passada sexta-feira, do anterior primeiro ministro deste Portugal adormecido, José Socrates. E suspenso sobre as medidas de coacção que lhe serão aplicadas, se for o caso, neste momento em que decorre o seu interrogatório perante um juiz.
Numa antecipação, daquelas que apenas o futuro poderá dizer se premonitória, parece-me que este é o momento do tiro de partida para um de dois alvos: ou José Socrates traiu a fidelidade que devia à República (por actos valorados criminalmente), ou não traiu (ao menos de um modo que se possa punir penalmente).
Se traiu, acabará (bem) preso. Se não traiu, foi caluniado e ainda acaba presidente da mesma República.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional