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Riqueza, civilização e prosperidade nacional

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Pequena Rússia, pequena Ucrânia

Há uns anos, aquando da pacífica invasão ucraniana de Portugal, nos tempos do prometido Eldorado, entretanto falido (nâo foi há tanto tempo assim, ainda há por aí resquícios importantes da enorme vaga de imigrantes ucranianos), aprendi que Ucrânia quer dizer pequena Rússia. Pelo menos para quem disso me quis convencer.

Também já houve quem me dissesse que quer dizer Terra de Fronteira. A verdade é que na Ucrânia se joga, hoje, a fronteira entre a União Europeia e a Rússia. E o braço de ferro não começou ontem.

A pequena Rússia é, afinal, apenas uma parte da Ucrânia, chama-se Crimeia (oficialmente, República Autónoma da Crimeia), e já foi palco de importantes guerras, a mais recente das quais no século passado. E é, ainda hoje, abrigo de importantes bases militares russas.

O resto da Ucrânia (a parte norte, onde estão 24 províncias, nenhuma república autónoma), tem vindo a afirmar-se cada vez menos alinhada com a Rússia e, pelo contrário, favorável ao acordo de associação com a União Europeia, que esteve para ser assinado em Novembro de 2013. Os impressionantes acontecimentos da Praça Europa (Euromaidan) são já incontornáveis.

Adeus Crimeia, olá pequena Ucrânia será, provavelmente, o único meio de a União Europeia reajustar as suas fronteiras com a Rússia em paz. Ambos os blocos terão de ceder, o que levará a uma nova balcanização, segundo penso, a uma cisão da Ucrânia: de um lado, a pequena Rússia (Crimeia), do outro a pequena Ucrânia (províncias do norte).

Não se trata de uma solução salomónica. Trata-se de aproveitar a recente experiência dos Balcãs e, deste modo, evitar uma nova guerra inútil na Europa.

Luis Miguel Novais