Neste Portugal adormecido em lento mas constante movimento em direcção à democracia plena, vai quase para 50 anos, o Tribunal Constitucional lançou esta semana a primeira pedra do telhado da próxima futura sede da Entidade para a Transparência - autoridade independente com competência para apreciar e fiscalizar o registo de interesses dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos; autoridade formalmente criada (qual Casa de Papel) em 2019 e, como bem recordou há dias o Presidente da República, ainda não instalada, nem sequer constituída, com as inerentes consequências nocivas.
Tendo o Tribunal Constitucional começado por arrendar instalações provisórias, justificadas com o atraso nas obras para uma sede, antes sequer de indicar as pessoas para a Entidade para a Transparência (que, porventura, poderiam tele-trabalhar, não?), vem-me à mente aquela canção infantil que diz que era uma casa muito engraçada...
Luis Miguel Novais