Riqueza, civilização e prosperidade nacional

domingo, 19 de junho de 2022

Ó Patego olhó Patrulhão

Em 2012, bati a porta com estrondo para impedir o encerramento dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Motivo por mim declarado ao País, em directos televisivos e no Parlamento: a nossa capacidade para construir navios de que iria necessitar a nossa Marinha, os NPO da Classe Viana do Castelo, vulgo patrulhões. Havia, na altura, dois. Depois disso, felizmente, já se fizeram mais dois. Andam quatro a patrulhar o nosso pedaço largo de mar. Made in Portugal.

Em junho de 2021, lá veio o Governo dizer que sim senhor, precisávamos de ainda mais patrulhões (o projecto inicial, de 2000, era de dez), e que gastaríamos com a sua construção mais 352 milhões. Até hoje. Segundo leio no jornal Expresso desta semana: "Tribunal de Contas chumba patrulhões". Afinal, andam navios pelo ar. Como se diz cá no Porto, enquanto se dá na cabeça alheia com o alho porro no São João: Ó patego olhó balão.

Se eu mandasse, lá tinha que dar mais um murro na mesa.

Luis Miguel Novais