O atravancamento do Canal do Suez por um enorme navio, esta semana, veio recordar ao mundo a rota marítima alternativa pelo Cabo da Boa Esperança, descoberta pelo português Bartolomeu Dias de Novais.
O Novais não é gralha; normalmente o ilustre navegador vem referenciado sem este apelido meu homónimo, mas usaram-no seus filhos e seu neto - o também explorador e fundador de Luanda e primeiro capitão-governador de Angola, Paulo Dias de Novais. Desconheço se são meus antepassados. De resto, o apelido vem já de antes, surge nos primeiros textos em língua portuguesa, no tempo de D. Dinis, com a grafia "nouaes".
Nesta semana que vem, há cerca de dois mil e vinte e um anos, o Filho de Deus preparou-se para ser morto e ressuscitar, dizendo, segundo escreveu na Bíblia um dos Doze: "Eu vos digo: de hoje em diante não beberei deste produto da videira, até ao dia em que beberei o vinho novo convosco no reino de meu Pai" (Mateus 26:29).
No fim do cabo dos trabalhos, há Boa Esperança.
Luis Miguel Novais