Riqueza, civilização e prosperidade nacional

domingo, 26 de junho de 2016

Ventos de Espanha

A união ibérica é projeto velho de muitos. Ao qual costumam responder outros tantos, a partir de Portugal, que “de Espanha nem bom vento, nem bom casamento”. A questão está, para mim, ultrapassada a partir do momento em que estamos, e enquanto estivermos ambos, na União Europeia. Que não dá espaço a outros casamentos, bons ou maus. Permanecem os ventos.

Ventos maus, parecia-me, sopravam de Espanha com a ideia do regresso a uma nova guerra civil, mesmo que agora tendencialmente pacífica ou cívica, que poderia ter resultado das eleições de hoje. As sondagens (essas falhadas) davam uma subida vertiginosa do extremismo e da polarização. Esses que celebram, mesmo quando perdem, perderam.

Ventos bons sopram do resultado eleitoral tendencialmente moderado e de consolidação conservadora. Regeneração e anticorrupção assumidas podem vir a servir para formar um bom governo de conservalores (não é gralha, é mesmo desejo de fusão inequívoca entre conservadorismo e integridade), mesmo sem maioria absoluta no parlamento. Liberdade e alternância democrática são valores da esquerda e direita decentes, para além da teatralização da vida pública.

De mau vento de Espanha, hoje, nada. Afinal um exemplo para este Portugal adormecido.

Luis Miguel Novais