Quem anda pelo mundo das relações internacionais há mais tempo do que ontem já se deparou, inevitavelmente, com o tipo padronizado que a Sra. Merkel personifica. E a torna previsível.
De uma forma inteligente, ela fez a Portugal aquilo que manda a sabedoria popular: uma visita de médica. Não trouxe a cura, trouxe a esperança. E foi-se embora a tempo. Em linguagem de redes sociais contemporâneas: o seu endorsement não nos tira da fossa, mas ajuda. Não vale de nada? Não é bem assim.
Em termos práticos, ganhámos um forte argumento para captar o investimento estrangeiro de que necessitamos como pão para a boca: a Alemanha não nos vai afastar do Euro. Se o estrangeiro aqui meter o seu dinheiro não vai perdê-lo com a desvalorização que a saída de Portugal do Euro inevitavelmente acarretaria. Nesta parte, ontem, foi um dia bom para este Portugal adormecido e deprimido. Carpe diem.
Luis Miguel Novais
