Riqueza, civilização e prosperidade nacional

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Brexit adiado

Li as 585 páginas da minuta publicada pela Comissão Europeia do pré-acordo para o Brexit. Enquanto escrevo, não se sabe se o próprio governo britânico vai cair, ou se esta minuta vai fazer caminho.

De uma primeira análise, necessariamente perfunctória, ficaram-me algumas notas:

- A técnica legislativa é péssima. As 301 páginas do projetado tratado, acompanhadas por protocolos e anexos, pela sua importância, mereciam melhor legibilidade - sobretudo no uso das remissões.

- Os cidadãos, nos aspetos mais importantes relacionados com os direitos inerentes à residência permanente, ficam protegidos por regras aceitáveis relativamente ao trabalho por conta própria ou alheia, e às pensões. Claro que, nem obstante, cada caso é um caso. E muitos discordarão, naturalmente.

- Os negócios, nos aspetos mais relevantes relacionados com o acesso aos mercados de bens, serviços e dados, também não se poderão queixar muito, prima facie.

- O orçamento da União Europeia continuará, também, a beneficiar dos contributos do Reino Unido nos anos de 2019 e 2020, prorrogáveis.

E este é o ponto: 2019 e 2020, prorrogáveis sine die. Resulta, afinal, num Brexit adiado.

Luis Miguel Novais