Riqueza, civilização e prosperidade nacional

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Persistir no erro

O atual presidente deste Portugal adormecido é o grande vencedor (apenas não declarado oficialmente) das últimas eleições legislativas: ao marcá-las para outubro impediu a vitória de António Costa; ao nomear agora Passos Coelho para primeiro-ministro (sabendo que o seu programa de governo será rejeitado pela nova maioria absoluta de deputados no parlamento e, consequentemente, cai) enterra-o politicamente no limbo onde se deixam os velhos inimigos políticos.

Parece-me uma brilhante demonstração de maquiavelismo. Mas não me parece que seja a melhor solução para o país. E não apenas porque Passos Coelho governou mal e perdeu a maioria absoluta em consequência. Também porque o presidente da República Portuguesa não deve praticar atos inúteis. E muito menos persistir no erro (que já foi o segundo governo de José Socrates, que também perdera a maioria absoluta por ter governado mal e, mesmo assim, foi nomeado primeiro-ministro pelo atual presidente da República). Há praxes que não prestam, como todos sabemos. Esta é uma delas.

No final das contas, o atual presidente deste Portugal adormecido não poderá lavar as mãos como Pilatos.

Luis Miguel Novais