Riqueza, civilização e prosperidade nacional

domingo, 12 de julho de 2015

Europa mete a terceira?

A Europa a duas velocidades é a do Tratado de Lisboa: excepto dois, os restantes países da União Europeia comprometeram-se no sentido de aderirem todos à União Monetária, vulgo Euro. Hoje, a Europa mete a terceira velocidade. Não sei, digo eu.

Não me surpreende levando em conta um recente livro de Valérie Giscard d’Estaing (“Europa, la derniére chanche de l’Europe”, Xo Éditions, Paris, 2014), com prefácio concordante de Helmut Schmidt. Um contributo para compreender que esta era a orientação fundamental de um sonho europeu a tremer mas consciente de que há muito mais a perder do que a Grécia, na construção de um espaço de paz entre a Alemanha e a França.

Para quem não leu o livro, recomendo, indicando aqui apenas o índice, auto-explicativo:

“Primeira parte: A linha recta e o movimento circular
Capítulo 1. A linha recta: 1974-1991.
Capítulo 2. A União Económica e Monetária e o fim da linha recta.
Capítulo 3. A entrada na Europa circular.
Capítulo 4. A tentativa de salvação. A Convenção europeia.
Capítulo 5. O estado presente da Europa.

Segunda parte: O Projecto
Capítulo 6. Os debates em curso.
Capítulo 7. O risco de deslocação da Europa.
Capítulo 8. O golpe de Estado de Bruxelas.
Capítulo 9. O objectivo. O grande projecto: atingir Europa.
Capítulo 10. O percurso. A estrutura institucional de Europa e o Directório.
Capítulo 11. O poder e o povo europeu.
Conclusão”

Aí se lê que à nova etapa de integração chamam "O Projecto Europa", e dele excluem a Grécia. Consiste, no essencial, em avançar para além da União Monetária, para a União Orçamental, Fiscal e Financeira, um espaço homogéneo dotado de um Tesouro comum, e de um mecanismo de solidariedade financeira. Uma Federação de Estados-Nação. A terceira velocidade, digo eu.

À luz do mais recentemente sucedido, parece que é para aí que vamos agora. E, se tudo correr conforme "O Projecto", para esta Europa vão os seguintes doze países: este nosso Portugal adormecido, acompanhado pela Espanha, França, Itália, Áustria, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Polónia, Finlândia e Irlanda.

Sempre é uma alternativa ao Pexit.

Luis Miguel Novais