É chegado o momento de nos libertarmos destas ilusões, que ao mesmo tempo são desilusões, de grandezas: já não temos territórios na Ásia, já não temos territórios em África, já não temos territórios na América, estamos na Europa.
Trata-se de uma decisão que remonta ao 25 de Abril, e que se tem vindo a consolidar nos últimos 40 anos, e com a qual teremos de conviver de uma forma muito mais salutar.
Realçando a nossa própria identidade: no quadro europeu, como território europeu, num país que nem sequer é pequeno, é médio, que não necessita de viver em ilusões ou desilusões de grandezas.
Temos de chegar à Europa e sermos quem somos: um Estado soberano com milhares de anos de identidade própria, construída de bons e maus momentos.
Em lugar de encararmos a Europa como se fosse uma questão longínqua, deveríamos influenciar as regras europeias no sentido de controlarmos o nosso próprio destino. Para evitar que torne a acontecer uma situação tão brutal como esta que nos sucedeu nos últimos anos.
É este o meu desejo para 2015: sermos Europa de uma forma mais salutar.
(Excertos de intervenção televisiva no espaço de opinião do Jornal Diário do Porto Canal, dia 27 de Dezembro de 2014).
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional