O trágico e singular atentado de Oslo, Noruega,deve impulsionar uma reflexão sobre o vazio que na Europa se vive devido às teorias e práticas da socialização da responsabilidade individual e da defesa da liberdade anárquica - que resultam, por exemplo, em videojogos, televisão, filmes e outras produções pseudo-culturais com violência parece que gratuita, mas com claro objectivo de exploração comercial do mais básico e violento do ser humano.
Recebemo-las por importação via EUA (também chamado globalização). Mas nos EUA o Direito sobreviveu às novas teorias e ciências sociais (Antropologia, Economia, Sociologia, Psicologia, e outras explicações "macro" do indivíduo), impondo, "a posteriori" (pela via judicial), a liberdade regrada pela lei. A maior parte das vezes com dureza proporcionada e exemplar, outras vezes excessivmente - como é o caso da pena de morte. Diferentemente, na Europa ainda não encontrámos um substituto à altura para o velhinho Direito Romano (que procura impor "a priori", pela via legislativa, a norma jurídica, pela ameaça da sanção), nem adoptámos o Direito dos EUA.
Aqui na Europa estamos no limbo da falta de orientação sobre o proibido e o permitido. Sem Direito adequado ao indivíduo e à responsabilização individual da vida em sociedade: as novas teorias sociais explicam a floresta, não vislumbram cada uma das árvores. Nem o indesejável potencial de destruição da floresta pelo "homo homini lupus".
