Riqueza, civilização e prosperidade nacional

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Almirante III

É oficial: o almirante Henrique Gouveia Melo será candidato às eleições presidenciais de janeiro de 2026. Afirmou-o hoje, de viva voz, à Rádio Renascença. Onde tinha dito, há cerca de um ano, que não o seria, e que consigo..."não é não". Mostrando já sentido de oportunidade de político: aproveita o chilique de ontem de André Ventura e... anuncia a sua candidatura a quatro dias de eleições legislativas, imiscuindo-se no debate partidário. Deixo aos outros o encargo de pensarem quanto isso abone em favor de um presidente moderador.

Ainda recordo de pequenino, na televisão a preto e branco, vestido de branco, o almirante "corta-fitas", Américo Thomaz, Presidente da República. Mais para trás no tempo, antecedeu-o no cargo, nessa mesma ditadura militar, José Mendes Cabeçadas, o primeiro Presidente da II República, na sequência da Revolução de 1926. Almirante maçon. Que tomou o poder do seu antecessor no cargo, último Presidente da I República, Bernardino Machado (outro dirigente da maçonaria).

Seria penoso que a República, hoje uma democracia regrada pela lei (que tanto nos custou a conquistar nestes últimos 51 anos - e é contínua a batalha do dia a dia no sentido de assegurarmos neste Portugal adormecido o Estado de Direito), voltasse a ter um almirante como Presidente. Será Gouveia e Melo maçon? Já disse que não, mas como o seu "não é não"...

Luis Miguel Novais