Riqueza, civilização e prosperidade nacional

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O caminho de Colombo

Desde 2007 está em curso um programa de expansão do Canal do Panamá de mais de 5 mil milhões de euros. Uma vez concluído, irá permitir a travessia de navios muito grandes (que transportam 14.000 contentores), maiores do que aqueles grandes navios (que transportam 5.000 contentores) que já hoje passam do Pacífico ao Atlântico e vice-versa.

Um Governo competente, com uma política externa consequente, não deixará de aproveitar esta nova oportunidade marítima. De resto, leio na Institutional Investor que, mesmo dentro dos Estados Unidos da América, as movimentações entre Estados da costa do Atlântico já começaram, na competição para captar a ancoragem das novas rotas marítimas (hoje em dia, esses navios muito grandes vindos da China, por exemplo, fazem transbordo de contentores na Califórnia). Em Portugal, perante a nossa posição geográfica (que não pode mudar, como é natural, e nos coloca em primeiro lugar na fronteira da União Europeia para quem vem por mar do Panamá), ficaremos numa nova posição geostratégica privilegiada na União Europeia, pelo que depende exclusivamente de acção política captar estas novas rotas de transporte marítimo, de e para a União Europeia, e todo o desenvolvimento económico inerente em território nacional (ao nível do emprego e do imobiliário, por exemplo, juntamente com um grande etc.). Uma tarefa óbvia para a Ministra do Mar do actual governo deste Portugal adormecido.

Será desta que aproveitaremos a possibilidade de ir (e vir) à Índia (e China e Japão e...), pelo caminho de Colombo?

Luis Miguel Novais