Corre na imprensa quotidiana grande surpresa sobre actos de espionagem cibernética, pour épater le bourgeois. Ninguém minimamente envolvido em relações internacionais poderá ter sido apanhado de surpresa ou até, julgo eu, ter sido surpreendido. Antes de haver mensagens electrónicas havia mensageiros a pé e a cavalo, e as mensagens eram na mesma interceptadas, claro. Por vezes com consequências bem mais funestas para o portador.
Mais surpreendente no G8 é a continuada pujança económica alemã, em contraciclo com o definhar da França e do Reino Unido. Os dados são de hoje, do Eurostat: no primeiro trimestre de 2013 a Alemanha mantém excedentes comerciais (49,3 mil milhões de euros), enquanto a França importa mais do que exporta (-20,1 mil milhões) , e o Reino Unido também apresenta défice comercial (-24,1 mil milhões). Uma Europa com um só grande motor exportador. Dá que pensar.
Ainda mais surpreendente é a recuperação deste nosso Portugal adormecido, que obviamente não está no G8 mas está a ficar mais parecido com a Alemanha, ao menos na balança de comércio: ainda segundo o Eurostat, neste primeiro trimestre de 2013 Portugal apresenta um défice de 1,9 mil milhões de euros. 0 que é muito melhor do que o défice de 2,9 mil milhões de euros observado um ano antes. Parabéns, por isso, ao nosso Mittelstand que, mesmo sem os apoios de infraestruturas estatais (ao nível financeiro, de investigação e desenvolvimento, e judicial) que encontram as suas homólogas PME's alemãs, bem pelo contrário (reformas que continuam por fazer), continua a fazer crescer as nossas exportações. Assim se vê a força das nossas PME.
Luis Miguel Novais
