Media darlings é uma recente e feliz expressão em língua inglesa que diz tudo sobre a doença que corrói a democracia contemporânea: os meios de comunicação social, melhor seria chamar-lhes meios de amplificação ou manipulação social, têm os seus políticos favoritos, aqueles que são sempre notícia, numa pescadinha de rabo na boca por onde circula, mais ou menos deliberadamente, o “é o que o povo quer”, o “nós é que sabemos o que o povo quer”, e o "precisamos de vender para sobreviver", fomentado por “agências de comunicação”, dedicadas ao comércio de relações públicas (antigamente chamado, mais simplesmente, propaganda).
Assim se chegou a este ponto de manipulação da democracia que corrói os fundamentos dos próprios Estados soberanos: a televisão, os jornais, a rádio são palco constante de media darlings. Sucede que estes, em vez de governarem, estão em campanha permanente para permanecerem no spotlight, não vão ao mar com medo de perder o lugar. São praticamente inúteis para uma sociedade que necessita governantes que pensem e ajam pelo interesse comum. Fica tudo bloqueado ou manipulado por este sistema e venha o diabo e escolha, como está a suceder em Espanha, no Brasil, na Venezuela, nos Estados Unidos da América, em França, em Portugal…
Esta forma manipulada de nos organizarmos politicamente não tem futuro.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional