Riqueza, civilização e prosperidade nacional

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Trump e a NATO

Vista daqui, deste Portugal adormecido, a campanha eleitoral para o próximo presidente dos Estados Unidos da América raramente tem proporcionado momentos sem filtro como o de ontem, um discurso de quase uma hora de Donald Trump transmitido em direto pela televisão CNN sobre assunto que muito tem de nos interessar: futura política externa dos EUA, caso este importante candidato venha a ser eleito.

Na imprensa de referência escrita de hoje, os filtros e assobios não revelam o mesmo que eu vi e ouvi, e politicamente nos interessa a todos, muito para lá do eleitorado norte-americano: se Donald Trump for eleito, o atual eixo da guerra fria, em que insistem Hillary Clinton e a NATO, muda. O inimigo do ocidente deixará de ser a Rússia, passará a ser o extremismo islâmico, inimigo também comum à Rússia. O que não é destituído. De todo. O inimigo do ocidente de hoje, como bem observa Trump, não são os oligarcas russos, são os extremistas islâmicos. E os esforços de guerra deveriam focar-se em conformidade, contando com a Rússia como aliado, se for o caso. E já foi, por exemplo na não tão longínqua segunda guerra mundial, em que os aliados ocidentais contaram com a Rússia nas suas fileiras contra Hitler, então o inimigo comum.

Estilo Nero à parte, aprecio que Trump tenha introduzido este tema na agenda da campanha. A NATO fica a ganhar, pelo menos com a reflexão e debate sobre o que é hoje, enquanto o extremismo islâmico alastra na sua guerra contra o nosso estilo de vida no ocidente. Considerando que a NATO é um pilar fundamental da nossa própria política externa, ficamos todos a ganhar.

Luis Miguel Novais