Quis o acaso, a que muitos chamamos espaço da obra de Deus, colocar no meu campo de visão, por esta altura festiva, num corredor por onde passo todos os dias, a sucessão de duas imagens de Jesus Cristo: uma, menino recém-nascido, deitado numa caminha; a outra, adulto mutilado, alongado na cruz. Assim por esta ordem as tenho visto, àquelas imagens, nesta quadra natalícia. Todos os dias.
Por conseguinte, mais do que propriamente a imensa alegria das reuniões familiares, incluindo a memória dos defuntos entes queridos, são aquelas duas imagens diárias sucessivas, obsessivas, de um princípio e de um fim, de um nascer e de um morrer, que me têm ocupado mentalmente nesta minha quadra natalícia.
Deus, na sua infinita sabedoria, mandou-nos dizer (a nós todos que sabemos que o caminho não é fácil, e se dirige à morte), a esperança da ressurreição. Todos os anos. Todos os dias. Natal.
Luis Miguel Novais
Riqueza, civilização e prosperidade nacional